Okay, esta foi mais uma semana louca e ainda estou a tentar entrar no ritmo. E foi louca por vários motivos: mudanças de humor estranhas, a vinda do meu pai e as andanças de um lado para o outro, a alimentação mais ou menos, o alcoól.
Foi dificil para mim conciliar a vinda do meu pai com o estágio. A alimentação foi mais ou menos e não fui ao ginásio. Mas o pior para mim foi a saída com os amigos e a quantidade de alcoól ingerido. Acontece a todos (ou à maioria). Não me lembro de metade da noite, lembro-me de algumas loucuras boas, de dançar e cantar. Mas lembro-me também de coisas que me fazem confusão, de não me sentir bem, de achar que estava a dar em louca, de vir embora sozinha num estado não muito bom, de chorar no taxi e chorar à porta de casa, de não saber o que fazer. Lembro-me de acordar a sentir-me em baixo. Mas não me lembro exatamente se aconteceu algo para ficar assim ou se foi mais uma das minhas mudanças de humor que se "agravou" com o alcoól. Enfim... Passei o fim de semana a matutar nisso. Agora acho que mais vale pensar no que foi positivo dessa noite e andar para a frente. Mas sem dúvida que isso veio tornar maior todo o desiquilibrio que eu andava a sentir. Muito em parte porque apesar de ter algumas coisas fora do controlo na minha vida, uma coisa eu controlava. Estava a conseguir viver bem a minha vida sozinha, sem sentir carência de ter uma pessoa ao meu lado, sem me sentir sozinha, sem sentir que precisava de alguém a meu lado para ser feliz. Eu estava bem com essa parte da minha vida. Mas depois de provarmos um bocadinho daquilo que pode ser ter uma pessoa ao nosso lado, percebemos o que estamos a perder, percebemos que algumas coisas nos fazem falta. Eu continuo a achar que posso muito bem ser feliz sozinha, mas já não me expunha assim há muito tempo, tinha desistido de me entregar, de me mostrar, tinha desistido sequer de entrar em jogos de sedução, em namoricos e coisas assim. Não me sentia segura para isso. Continuo a não sentir muito segura, pelo para o fazer a um nível muito profundo. Ainda tenho algum medo de mostrar estas partes mais obscuras, o "lado lunar", como lhe queiram chamar. Eu achava que tinha ultrapassado tudo isto, todas as questões alimentares, todas as obsessões e toda a "depressão", mas não. Continuo na batalha. E, uma coisa é falar de uma batalha que já ganhamos, dizer que passámos por isto e por aquilo e vencemos. Outra coisa é falar da batalha que ainda estamos a travar, essa batalha que ainda não ganhámos e por isso temos vergonha de a expor, porque a verdade é que apesar de querermos acreditar que vamos poder ganhar, há uma possibilidade, ainda que pequena, de perdermos. E não queremos sequer admitir para outra pessoa que podemos vir a perder.
Então, faço-me de forte todos os dias para quem me rodeia. Poucas pessoas viram as minhas lágrimas em relação a isto. Poucas pessoas sabem o que se passa. Muito menos pessoas sabem que algum dia se passou alguma coisa. Então, faço-me de forte e para relações que novas e que pouco sei da sua duração, eu sou a rapariga feliz, meia louca, alternativa, hippie, tranquila, relaxada, independente, "sempre na boa", que gosta de viver a vida, às vezes tímida, outras vezes ousada, que gosta de ser ativa e de se meter em todos os projetos. E acredito bem que esta é mais ou menos a pessoa que eu sou no fundo e a pessoa que me sinto bem a ser. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é do outro lado de mim, que trava batalhas e que nem sempre é feliz, que chora, que perde a vontade de fazer as coisas, que se sente mal consigo própria, se sente carente e sozinha.
Talvez um dia eu seja forte o suficiente para mostrar esse lado a alguém e deixar que me acompanhem, que me apoiem e que me ajudem. Também sei que não será qualquer pessoa que o fará. Ou talvez um dia eu possa dizer que esse lado já não existe, já o venci, já ultrapassei (sabendo que obviamente há dias menos bons para toda a gente).
Escrevo isto depois de uma crise. Uma grande crise que dura praticamente desde sexta de madrugda, com uns quantos copos a mais... Às vezes, tem alguma piada pensar nisso, outras vezes não. Hoje sinto-me mais tranquila. Mas sinto-me confusa com algumas coisas. Sei ou acho que o problema central está na alimentação, mas às vezes acho que outros aspetos se intrometem também e fica tudo uma confusão.
Hoje estou mais calma. Hoje quero-me focar no meu estágio, no que posso fazer, no que sei fazer. Hoje quero focar-me no positivo. Eu quero recomeçar. Reconheço neste momento que voltei ao início, que muito do que tinha recuperado se perdeu e que chorar o dia todo pelas asneiras que faço não me adianta de nada. Tenho que voltar à luta, que me levantar aos poucos, de dar pequenos passinhos até recuperar de novo.
Um dia de cada vez. Respiro fundo várias vezes e penso para mim própria que vou ser capaz. Não interessa o amanhã. Hoje eu vou ser capaz. Hoje vou dar o meu melhor. Vou fazer com que este dia valha a pena.
Foi um grande desabafo. Mas ajuda-me tanto escrever. Ajuda-me a sair da minha cabeça e alivia-me. Escrever para mim é uma forma de liberdade.
Um beijinho muito grande para ti minha querida e quero que saibas que estou aqui para uma palavra (ou duas, ou três...) de apoio, porque te compreendo muito bem... porque me reconheço no que escreves, porque já estive assim e nunca se sabe se não voltarei a estar... Muita força.
ResponderEliminarBjs
Obrigado, Miss Betterme.
EliminarEu costumo ser otimista, mas acho que neste momento tenho mesmo de ser realista, aceitar o momento, o que está a acontecer para poder dar a volta. Obrigado pela disponibilidade e pelas palavras e espero que não voltes a estar assim!
;)